Nesse beco de memórias dúvidosas, um grito não diz muito, a mordida foi na alma, da carne… e na ferida putrefada o alívio do pedaço que apodrece e deixa de ser parte do prato principal. Deixo o arroz queimar, gosto do cheiro dos deslizes… não como, perfuro os poros com o desentupidor de fogão para que o ar entre e nutra essa fantasia que chamo de meu corpo… quando morrer quero ser esquartejada e alimentar uma familia inteira de gafanhotos carnívoros, e depois, do alto, ve-los morrerem, um a um, envenenados pelo sangue etílico que irrigava meu coração baldio. A Terra não quer girar, simplesmente gira. Juro que farei silêncio quando a caravana passar… Penitents, minha parada, desço do metrô, subo as escadas, a Terra está girando e as nuvens de gafanhotos não pairam sobre as cidades. Estou a salvo, acho que viverei mais um dia… sim, um mais.

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