não choro sempre, só quando vem a fome. ela começa arranhar meu estômago e sou obrigada a sacia-la… aí então, percebo que não há mais vazio que esteja a meu alcance soterrar, e inundo.
prefiro chorar no chuveiro. embaixo do chuveiro tenho a impressão de que hoje, choro menos que ontem.
agarro a toalha. sempre começo a me secar de baixo pra cima porque na maioria das vezes as lágrimas continuam pingando depois que fecho o chuveiro.
deito na cama e deixo que o sono sintético me arraste junto com a guitarra de Buddy Guy, que toca no bar de blues, que só abre aos domingos, bem embaixo da minha janela.
amanhecerei de novo, em plena segunda feira, de estomago vazio… a digestão é implacável e a fome sempre volta pela manhã, soluçando para ser saciada.
Deixe um comentário