Quando Nietzsche nos diz: torna-te quem tu es, ele está falando de rupturas. Temos que nos desvincular da familia que nascemos, das religiões que nos impuseram, das verdades criadas pela doutrinação filosófica e principalmente nos libertar do pertencimento amoroso.
Só nos tornamos o que somos quando conseguimos nos distanciar de tudo que nos formou, de todos que nos amaram e de tudo que acreditamos ser verdade.
Nietzsche, ainda Nietzsche indagaria: Para quê e porquê a verdade? Ele sabia da impenetrável subjetividade da verdade e partiu para outro caminho. Gosto de seguir os passos dele, é uma busca pela libertação do pensamento, sendo este, a essência do que somos, buscar a libertação é encontrar a si mesmo, em essência… sim é um processo meio esquizofrênico, tanto que em um dado momento ele mesmo disse que não era mais homem e sim uma dinamite…
Voltando ao amor e ao pertencimento, que é o ponto que mais me inquieta, acho que o maior desafio nessa construção de si mesmo é não se corromper diante do amor. Sinto que no amor, mais que em qualquer outro campo, nos abandonamos aos sonhos e desejos alheio… Passamos a ser a vida do outro e acabamos deixando de viver para sermos vividos e algo nos faz crer que isso é felicidade… Qual é o limite da entrega? Pra mim tem sido a dor. Só ela tem me freado e ainda sim tão próximo do abismo que na maioria das vezes se torna impossível não se desequilibrar e cair. Tenho tomado minhas doses diárias de Sartre mas ainda sim sigo saltando. Até quando Niet? Até quando?