– Quando eu morrer quero ser enterrada em um caixão de vidro.
– De vidro!?
– Sim! E cheio de água dentro, tipo um aquário.
– Água!?
– E gelo! Água, gelo e eu alí deitada… nua… flutuando… com pétalas brancas… meu cabelo negro dançando e meu corpo se movendo… em câmara lenta sobre a água… enquanto vocês rezam por mim!
– Hum… É… Pode ser uma bela idéia… Bem cênico o corpo sem vida alí, se movendo, de volta à água, lembra um retorno ao útero, úmido…
– Isso! Isso mesmo! Da água viemos pra água voltaremos!
– Hahahahaha – ele ri e depois me olha, me abraça – só tem um detalhe magrela…
– Que?
– Vai ter que ter dois caixões…
– Como dois caixões?
– Um pro teu corpo e outro pros pecados…
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